24 de abril de 2012

"O livro da minha vida": 3.ª sessão, com Helena Benevides


















No dia 23 de março, a Biblioteca - centro cultural da escola - teve a honra de receber a D. Helena Benevides, técnica de ação social escolar da nossa escola.

Desta feita, fomos convidados a partilhar da sua experiência de leitura com a apresentação daquele que considerou ser o livro da sua vida, o Siddharta, de Hermann Hesse. 

Perante uma plateia de alunos do 3.º ciclo do ensino básico, docentes e pessoal não docente, foi com gosto e visível entusiasmo que nos relatou um pouco do seu percurso como leitora e a forma acidental e acidentada como, ainda muito jovem, entrou em contato com os livros e a consequente saudável dependência dos mesmos. Relembrou que o seu encontro com Siddharta não foi marcado pelo ímpeto de um amor à primeira vista, pois este apresentava-se de forma simples e pouco atrativa, mas a pouco e pouco a convivência entre ambos deu origem a grande fascínio e admiração. Siddharta, através de uma linguagem simples, mas cheia de significado, cativou-a, pois representava cada um de nós, em busca do seu caminho, daquilo que nos completa, que nos leva à felicidade.

Após breve nota bibliográfica do autor, com a finalidade de contextualizar a obra, Helena Benevides desafiou todos os presentes a participar na recolha coletiva de desejos que depositaram na “caixa dos sonhos”, ficando ali até final da sessão. Depositados e secretos. Todos foram, pois, livres de expressar secretamente o que almejavam. 

Seguidamente a vida daquele protagonista foi relatada, com especial enfoque em quatro verbos que marcaram o percurso do mesmo pela vida em busca da plenitude: pensar, esperar, jejuar e escutar. 

Outro ponto essencial do livro abordado foi o facto de nesta busca não se encontrar aquilo que se procura, mas, sim, de se encontrar o que se encontra. Isto é, quando estamos obcecados por um determinado resultado, por alcançar um objetivo, esquecemos o que nos rodeia, os que estão à volta e isso faz-nos alcançar o objetivo, mas com uma sensação de vazio. Mas se estivermos abertos a tudo aquilo que está à nossa volta, a aprendizagem sair, obrigatoriamente, mais enriquecida. 

Como se costuma ouvir: o mais importante do caminho não é chegar ao fim, mas percorrê-lo. Este foi o momento para finalizar a excelente apresentação do livro com a leitura anónima dos sonhos contidos na caixa e consequente apelo à luta por cada um deles.

Foi, sem dúvida, uma magnífica sessão de apresentação de leitura não só pelo tema e as aprendizagens intemporais que o livro contém, como também pelo entusiasmo vivido e sentido naquele espaço de partilha de história e de estórias.

Susana Melo Costa







Siddharta, também em filme.





1 comentário:

  1. Não posso deixar de fazer esta reflexão:
    "Vem daí
    Vem viajar à procura dos segredos das coisas que o Homem inventa e constrói.
    Descobre tudo o que tu também poderás fazer e construir dentro do teu próprio EU"

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